Eu e ela
Eleu
Em meio a buscas,
Os desencontros.
Da felicidade que está em outro lugar
Entre meias-palavras,
O adeus.
Ficam os sorrisos
Que tanto dizem
Que tanto escondem.
Eu e ela
Eleu
Em meio a buscas,
Os desencontros.
Da felicidade que está em outro lugar
Entre meias-palavras,
O adeus.
Ficam os sorrisos
Que tanto dizem
Que tanto escondem.
“It wasn’t for long, I wasn’t there long. But drinking bitter black coffee I catch that medicinal smell in a cloud of ancient tobacco and something touches me in that still place and a wound form two years ago opens like a cadaver and a long buried shame roars its foul decaying grief.”
Sarah Kane. Musa.
[4.48 Psychosis was first performed at the Royal Court Jerwood Theatre Upstairs, London, on 23 June 2000.]
Nem medo da minha sombra
Nem da do outro
Que cada um corra
Ou fique
Ou invente as desculpas que quiser
E assim os ciclos se repetem
Os que querem comandar os outros
Veêm sua mentira ecoar
No oco daqueles que acham que precisam de mestres
E de recalques e razões
Os vazios se alimentam
Só consigo sentir dor por essas pessoas que vivem trauma atrás de trauma.
Provavelmente uma infância roubada — de negligência emocional e material — com a droga sendo o último alento.
A sociedade dando as costas e a única salvação parece ser a morte.
Deus não existe.
Ou é o dinheiro para quem vive uma vida de privilégios e chama o outro de “fraco”.
Temos o respiro dos últimos empáticos de uma sociedade doente.
“São Paulo a dois. O mundo se divide em dois”.
A maior beleza está
Na coragem
De trilhar
Os próprios passos
A autenticidade
De abraçar a sombra
E seguir escolhendo a luz
Encontrar aqueles que nos reconhecem
E não nos apagam.
O brilho compartilhado
Um ilumina o outro
E nessa jornada cansada
Sua luz é meu alento
Seguimos
Alternando brilhos em meio a sombras
Eu e Marina.
Em 2013, no centro de São Paulo, o Parque Augusta era uma ideia.
Hoje, nessa selva de pedra, existe esse oásis. Abriu em 2020.
Sete anos de luta contra a especulação imobiliária.
Antes, terreno privado cercado por prédios.
Reconstruir, acreditar e se juntar.
Muitos sonhos pelo caminho. Mas esse vingou. É o meu “guia” para fases de transição.
Um pé atrás do outro, algumas ideias, muitas vezes começando sozinha mesmo e vendo se há alguém pelo caminho.
Bora lá.
Parque Augusta, centro de São Paulo, algum sábado de algum ano.
Pri.Vi.Lé.Gio
Juntar os fragmentos
Na disfusão cognitiva
A arma
Da primeira cena
Não dispara
No terceiro ato.
O diálogo
São monólogos que coexistem.
Os roteiros fecham a narrativa
A vida,
só fragmentos.
O sentido aqui-fora é psicótico.
As cenas não se encadeiam
Os ciclos não se fecham
Os textos não terminam.
O preenchimento te dissolve em loucura.
Une pipe
Est
Une
Pipe.
Suporte os fragmentos.
P.S.: Texto inspirado nas conversas com o dramaturgo Leonardo de Sá Fernandes
P.S.: Esse poema virou um vídeo. Presente do grande amigo Geoffrey Scarmelote