São Paulo

Um prédio.

Uma furadeira, um secador de cabelo, uma mulher ao telefone. 

Uma música ao fundo, um martelo.

O incômodo do “real”.

Negação de outros reais?

O não fixar dos sentidos.

A alteridade. O sentir coletivo.

No teatro, barulho-sinfonia.

A romantização do cotidiano não é sua negação.

Pensamento

Percepção

Imaginação

Memória

Ordenação

Apreensão

Comparação

Análise

Reunião

Síntese

Conclusão

Reflexão

Decifração

Interpretação

Interrogação

Corporificação

Descorporificação

Suspensão do objetivo

Desformar

Pendere

Eles

Se mantêm

Impassíveis.

Com 24 máquinas de calcular

.

.

.

Na porta do inferno.

O eu inferior

Aberto.

Vivo.

Regenerado.

Vitória!

O ano foi 2025.

Eis que um amigo inventou um jogo que encena o golpe sobre Dilma Roussef em 2016.

Quem ganhou? Euzinha.

Vale o registro porque raramente ganho um jogo.

Oportunidade única de utilizar meus conhecimentos da política brasileira… ahahahhahahaahha 😉

(e o nervoso que eu passei serviu para algo)

Ciclos

O que você vai pagar o preço de ter?

O que você vai pagar o preço de não ter?

Coragem.

Boa sorte.

Tropicalismo

2025.

Natal?

Redistribuir tudo!

Não entre

No jogo do fazer

No jogo do jogo

O que é possível imaginar?

O que é possível sentir?

O que é possível conhecer?

O que é possível simbolizar?

O que é possível associar?

O que é possível manifestar?

Presentificar o ausente

Tornar ausente o presente

Evocar o corpo

E sua história alquímica

A metacognição

Que vem da travessia

E uma única opção:

a libertação.

Te amo pai

No Museu do Ipiranga,

Não esperava encontrar uma seção de brinquedos antigos.

Dei de cara com o meu passado várias vezes.

E com o meu pai.

Metalúrgico, como o presidente Lula.

Também perdeu um dedo nas máquinas.

Me trazia brinquedos de metal, feitos por ele.

Quase todos os dias.

Tinha mesa, cadeira, cama, fogão.

Uma casa inteira feita por um homem que tirava seu tempo para o amor.

*

Ao me deparar com isso, desmontei.

Não esperava isso em um museu repaginado para críticas coloniais.

Chorei como deveria ter chorado no dia em que, no leito de morte, ele me disse que não podia ir porque eu ainda precisava dele.

Eu tentei ficar firme.

Ele não.

Primeira e última vez que vi meu pai chorar.

*

Pai, sua morte é insuperável.

Aprendi que há dores que nunca são curadas.

Não importa o tempo.

Sigo aqui. Sempre precisarei de você.

Te amo pai.

Das coisas que carrego, você é uma das lembranças mais belas.

As felicidades não estão só na alegria.

Dentre tanta positividade tóxica e sucessos dopaminérgicos…

Chorar por você é feliz; pois, verdadeiro.

A mim, só importa a verdade.

*

Não tenho mais a casa de metal que você me deu.

A assinatura em um caderno velho também se desfez.

Carrego a dor da sua morte.

Essa nunca morrerá.

Sigo com essa bela e feliz-triste verdade dentro de mim.

Vivi a verdade com você.

*

Obrigada por isso.

Pela sua vida.

Pela minha vida. 

Obrigada por essa dor.